Preso na manhã desta sexta-feira (3), o ex-secretário de Estado Eder Moraes participou de uma audiência na Quinta Vara da Justiça Federal em Mato Grosso e seguiu para o Centro de Custódia da Capital.
Alan Cosme/HiperNoticias
Essa ação é referente a uma denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) no começo deste ano, acusando Eder, sua esposa Laura Dias, Pedro Arminio Piran, Renan Luiz Mendonça Bezerra e o pai Celso Luiz Duarte Bezerra de lavagem de dinheiro que vinha do esquema de desvio de recursos públicos investigado na Operação Ararath.
Conforme a defesa de Eder, representada pelos advogados Fabian Feguri e Ricardo Spinelli, somente as testemunhas de acusação prestaram depoimento hoje.
O MPF aponta que os envolvidos simularam, de forma fraudulenta, quatro vezes a venda do terreno onde foi construída a casa de Éder de Moraes e Laura Dias em Cuiabá, até o imóvel ser registrado em nome do filho do casal, menor de idade. Os fatos levaram à prisão de Eder Moraes na oitava fase da Ararath.
As simulações de venda começaram em 2011, quando Renan Luiz Mendonça Bezerra “vendeu” o terreno para o pai Celso Luiz Duarte Bezerra por cerca de R$ 41,7 mil. Um ano depois, o terreno foi repassado para Pedro Piran pelo mesmo valor, apesar de valer R$ 150 mil.
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Ricardo Spinelli, advogado de Eder, diz que já reclamou ao STF sobre a nova prisão
Em 2014 foi simulada uma nova venda do imóvel para o primeiro proprietário Renan Luiz Mendonça Bezerra por R$ 15 mil, sendo que na época o valor venal ultrapassava R$ 1,3 milhão. Seis meses depois, em dezembro de 2014, o terreno foi registrado em nome do filho menor de idade de Éder de Moraes e Laura Dias.
Perícia realizada pela Polícia Federal comprova que os documentos que tentam dar legalidade às transações de compra e venda foram fraudados. Além de serem falsificados, os documentos apontam datas de compra e venda que coincidem com o período que o casal já residia na mansão que fora construída no terreno sem os moradores sequer contestarem as diversas operações que transferiam a vários donos o imóvel onde moravam.
QUARTA PRISÃO
O ex-braço direito de Silval Barbosa (PMDB) foi preso pela quarta vez nesta manhã. O pedido de prisão ocorreu por ordem do juiz federal Jefferson Schneider, da 5ª Vara da Justiça Federal em Mato Grosso. Ele entendeu que a perícia na tornozeleira eletrônica que monitorava Eder estaria prejudicada, por isso determinou a prisão imediata do ex-secretário.
“Vamos recorrer, vamos combater a decisão dentro do processo. Já fizemos uma Reclamação ao Supremo Tribunal Federal (STF) e vamos aguardar o desfecho, a posição do ministro. Alegamos o descumprimento do STF”, disse Spinelli.
Publicação: https://www.hnt.com.br/justica/eder-moraes-deixa-audiencia-na-justica-federal-e-segue-para-o-centro-de-custodia/60503